5 de jun. de 2012

Inhame-do-ar - Dioscorea bulbifera



Inhame para o Dioscorea spp 

(D. alata, D. bulbifera, D. cayenensis, D. dodecaneura, D. dumetorum e D. rotundata), aquele que em São Paulo conhecemos como cará - grande, marrom, com polpa branca ou roxa, úmida, viscosa e algo granulosa e outras espécies como este da foto. A padronização da nomenclatura foi decidida na Assembléia Geral do I Simpósio Nacional sobre as Culturas do Inhame e do Cará, realizado em Venda Nova do Imigrante, em abril de.2001, atendendo ao que prevê o Código Internacional de Nomenclatura Botânica. De modo que agora cientistas, órgãos do governo e quem quer dar nome certo às coisas, devem atender à determinação. Vejam aí:

“Assim sendo, ficou estabelecido que os órgãos governamentais, universidades, empresas de pesquisas e de extensão rural, Sociedade de Olericultura do Brasil e demais entidades ligadas ao setor agrícola, oficializem e divulguem, no âmbito técnico-científico nacional, a nova nomenclatura, onde "inhame" (Colocasia esculenta) passa a ter a denominação definitiva de "taro" e as Dioscoreáceas (Dioscorea spp.), chamadas popularmente no norte/nordeste brasileiro de "carás" e "inhames", passam a ter a denominação definitiva de "inhame". As espécies de "carás" cultivadas, serão consideradas como variedades de inhame”.

Marney Cereda e outros. Uso de nomes populares para as espécies de Araceae e Dioscoreaceae no Brasil. Hortic. Bras. vol.20, no.4, Brasília, Dec.2002.
Artigo completo aqui.






Dioscorea bulbifera
Cará-do-ar (inhame-do-ar) e mangarito no vapor com especiarias na manteiga


Carne com cnd-color: white; color: #222222; line-height: 18px; text-align: -webkit-auto;" />
300 g de cará-do-ar (inhame) branco e roxo e mangaritos (na proporção que quiser)
2 colheres (sopa) de manteiga
2 dentes de alho bem picados
1 pimenta dedo-de-moça sem sementes picada
1 colher (chá) de sal
1 colher (chá) de grãos de coentro ligeiramente socados
1 colher (chá) de cominho
2 colheres (chá) de cúrcuma fresca ralada
Folhas de alfavaca a gosto

Corte em dois cada cará sem descascar e leve para cozinhar na parte de cima da cuscuzeira ou panela de vapor com água na parte de baixo. Deixe no fogo, com a panela tampada, por cerca de 10 minutos ou até ficar macio, mas ainda firme. Coloque o mangarito com casca, bem lavado, sobre o cará e deixe cozinhar por cerca de 3 minutos ou até ficar macio. Espere amornar, descasque o cará e corte em pedaços do tamanhos dos mangaritos - estes devem ser descascados puxando a pele com os dedos, que sai muito facilmente. Numa frigideira antiaderente aqueça a manteiga e junte o coentro e o cominho. Espere começar a pipocar. Junte, então, o alho e refogue até começar a dourar. Coloque a pimenta picada e mexa por meio minuto. Acrescente o inhame e o mangarito, tempere com o sal e chacoalhe a frigideira para envolver tudo com o tempero. No final, junte as folhinhas de alfavaca, misture e sirva.
Rende: 4 porções


Basta enterrar um bulbo que logo ele brota. Este brotou mesmo fora da terra. Plantado, rendeu as batatinhas vistas na primeira foto.


Fonte: come-se

10 de mai. de 2012

Taioba

 A Taioba originária da América Central, cultivada nas regiões tropicais em grande quantidade. Suas folhas grandes são verde claro e em forma de seta, com caules longos. Pode crescer até nove metros de altura, no entanto em climas secos com baixa umidade não crescem tão alto. Ela possui raízes que brotam uma das outras e sua poupa é densa rosada ou amarela. Além das folhas jovens as raízes também são comestíveis, ricas em amidos.
 Ela é mesmo confundida com outra plantinha chamada tarro ou talo. Mas ainda que mínimas elas possuem algumas diferenças nutricionais. No aspecto físico há também algumas poucas diferenças, daí a confusão. Ela também é conhecida como orelha-de-elefante (quando usada como ornamental), macabo, mangarás, mangará-mirim, mangareto, mangarito, taiá ou yautia. Contém grande quantidade de proteínas, baixa caloria, fibras, suas principais fontes são ferro, cálcio e  ótima fonte de vitaminas A, B e  C, quantidade comparada a uma laranja (a raiz tem quantidades maiores de minerais e as folhas de vitaminas). Usadas com o caule ou haste, as folhas são comumente refogadas e pode também transformada em farinha. Só com os talos pode-se fazer um excelente suflê. O efô, prato característico da Bahia, é feito com folhas de taioba (ou então com as do espinafre, beterraba ou manjogome). No livro A Cura Popular Pela Comida, o médico Flávio Rotman lembra que o tubérculo também deve ser utilizado: por sua riqueza em amido, é um fornecedor de energia, muito importante na alimentação de crianças, velhos, trabalhadores braçais, atletas, grávidas e mulheres que amamentam. Utilizada como digestivo, tem a propriedade de regularizar as funções intestinais.
O cultivo é simples, as folhas se reproduzem rapidamente mesmo no quintal de casa. 

Apesar do mito sobre uma espécie venenosa, a taioba é um alimento rico em calorias e é hipoalergênico, ou seja, tanto a plantinha quanto suas raízes não são capazes de produzir reações alérgicas.










Para prepará-la, a forma não é muito diferente da que usamos com a couve: as folhas devem ser picadas e refogadas. O caule pode ser cozido, frito, acrescentado a cremes ou no preparo de bolinhos. Atenção a esse alerta: o consumo das folhas cruas está proibido já que a taioba contém altas quantidades de cristais de oxalato de cálcio - substância que irrita as mucosas da boca e da garganta, causando sensação de asfixia. Para evitar que isso aconteça, é simples: afervente a hortaliça e escorra a água utilizada. "Evite utilizar folhas velhas e secas, pois elas concentram ainda mais dessa substância".



Pirão de taioba com farinha de mandioca

Ingredientes

3 folhas de taioba cozidas, escorridas e picadas 
2 dentes de alho picados
2 CS de azeite de olive extravirgem
1 cc de sal
1 pimenta dedo de moça vermelha, sem sementes, picada
2 xícaras (chá) de água fervente
1/2 xícara (chá) de farinha de mandioca

Como fazer

Tire a nervura central das folhas da taioba e cozinhe em água salgada. Após 10 minutos, ou quando as folhas estiverem macias, escorra toda a água. pique as folhas cozidas e reserve. (Como usei as folhas da couve, comprei algumas bem grandes e cozinhei alguns minutos no vapor).

Em uma panela, doure o alho no azeite, junte a pimenta picada e a água fervente. Em seguida a crescente a taioba e espere ferver. Junte, aos poucos, a farinha de mandioca, mexendo sempre. Deixe engrossar, prove o tempero e corrija o sal se necessário. 

Dica: se não gostar de pratos muito picantes, diminua a quantidade de pimenta.

A receita original recomenda "servir com peixe" (peloamordedeus, peixe não!), mas a farofa ficou perfeita junto com o feijão e o arroz e deve combinar divinamente com uma feijoada vegetariana!

Talos de taioba com molho agridoce e picante

Ingredientes

9 talos de taioba descascados e cortados
1 cc de açúcar mascavo
suco de um limão
1 cc de azeite de oliva extravirgem
1 cc de gengibre picado ou ralado
1 pimenta dedo de moça sem sementes, picada
2 CS de cebolinha picada
1/2 CS de gergelim preto tostado
sal a gosto

Como fazer

Coloque os talos de taioba em um litro de água fervente, temperados com 1/2 colher de sopa de sal. Deixe cozinhar por 5 minutos ou até ficarem macios, mas não muito moles. Escorra e deixe esfriar. (Aqui utilizei os talos do brócolis e, novamente, cozinhei alguns minutos no vapor).

À parte, misture todos os outros ingredientes.

Acrescente os os talos já frios na mistura e sirva como entrada ou acompanhamento.

Fontes: folhadetaioba, cozinhanatureba, agronaturatere e abecedariovegetal

8 de mai. de 2012

Maxixe



O maxixe é uma hortaliça tradicional no Nordeste, pouco conhecida no Centro-Sul do país. É um fruto originário da África, introduzido no Brasil pelos escravos. O maxixe é uma Cucurbitacea, como as abóboras, pepino, melão e melancia. Os frutos são fonte de sais minerais, principalmente zinco, e têm poucas calorias.
Tem fama de ser um “armazém de zinco”, um mineral importante para o bom funcionamento de todos os tecidos do corpo, bem como para o metabolismo do açúcar e proteínas. É uma pena que com o cozimento do maxixe quase todo esse zinco se perde. E não se come o maxixe cru por falta de hábito.
Como propriedade medicinal, por causa da riqueza em zinco, o maxixe evita problemas de próstata, auxilia a diminuição dos depósitos de colesterol, elimina manchas brancas das unhas e ajuda a cicatrização de ferimentos internos e externos.

  

COMO CONSUMIR

O maxixe é consumido tradicionalmente na forma cozida ou refogada. Na maxixada, prato típico do Nordeste, é cozido juntamente com carnes, abóbora, quiabo e temperos. O maxixe cru pode ser usado na forma de salada em substituição ao pepino. Para salada, prefira frutos mais verdes, que ainda não formaram sementes. Quando consumido na forma crua, os frutos devem ser lavados em água corrente e higienizados com uma mistura de 1 litro de água filtrada e 1 colher de sopa de água sanitária. Deixe os frutos de molho por 30 minutos e enxágüe em seguida em água filtrada. Para consumo cozido ou cru, o maxixe deve ser previamente descascado, raspando o fruto com uma faca ou retirando uma casca bem fina, para evitar desperdícios.

COMO COMPRAR

Os frutos são ovalados, com casca espinhosa ou lisa, de cor verde clara. Escolha frutos firmes, com cor uniforme, com os espinhos inteiros. Evite frutos amarelados, que por serem mais velhos tornam-se fibrosos, com sabor ruim e sementes duras. O maxixe possui a casca fina e delicada, por isso escolha os frutos com cuidado sem amassá-los ou ferí-los com a unha. Quando machucados, murcham mais rapidamente e escurecem nas áreas danificadas. O maxixe pode ser encontrado na forma minimamente processada, ou seja, já lavado, raspado e embalado. Este produto deve estar exposto em gôndolas refrigeradas, pois sua durabilidade é menor do que a do maxixe inteiro. A maior oferta e os menores preços vão de novembro a maio.

COMO CONSERVAR

Em condição ambiente, os frutos murcham e amarelecem rapidamente, podendo ser mantidos sem perda de qualidade por no máximo três dias. Na geladeira, devem ser colocados na parte mais baixa, acondicionados em sacos de plástico, por até uma semana. Se houver formação de gotículas de água no interior da embalagem, fure o plástico com um garfo. Os frutos já raspados devem ser mantidos em geladeira, embalados em saco de plástico ou vasilha tampada.

Receitas com maxixe

     


Salada de Maxixe

Ingredientes:
  • * 08 maxixes
  • * 1/2 xícara (chá) de vinagre branco
  • * 1 colher (sobremesa) de açúcar
  • * 02 colheres (sopa) de salsinha e cebolinha picadas
  • * sal e pimenta à gosto
  • Modo de Fazer:
  • * Lave bem os maxixes, raspe-os casca com uma faca e corte-os em rodelas finas;
  • l Em uma tigela, misture todos os temperos e acrescente o maxixe, misturando bem;
  • * Sirva gelado.



Rendimento: 02 porções

Tempo de preparo: 10 minutos

Sugestão: Pode-se temperar com iogurte.

Ensopado de maxixe

Ingredientes:
  • * 200 g de feijão cozido, com o caldo do cozimento
  • * 06 maxixes, raspados e cortados em 04 partes
  • * 02 colheres (sopa) de óleo
  • * 01 cebola pequena cortada em cubos
  • * 01 dente de alho amassado
  • * 1/2 xícara (chá) de cheiro verde
  • * sal e pimenta à gosto


Modo de Fazer:
  • * Aqueça o óleo, acrescente a cebola, deixe dourar, junte o alho e frite;
  • * Acrescente o feijão, sal e pimenta; cubra-o com o caldo e deixe ferver;
  • * Quando o caldo ferver, junte os maxixes;
  • * Quando o maxixe estiver cozido, acrescente a cebolinha e a salsinha e desligue o fogo.


Rendimento: 04 porções

Tempo de preparo e cozimento: 10 minutos

Sugestão: sirva com arroz branco e carne seca

Farofa de maxixe

Ingredientes:
  • * 06 maxixes, raspados e cortados em cubinhos
  • * 01 colher (sopa) de azeite
  • * 02 colheres (sopa) de margarina
  • * 02 ovos batidos
  • * 01 cebola pequena cortada em cubos
  • * 02 dentes de alho amassados
  • * 1/2 xícara (chá) de farinha de mandioca
  • * sal e pimenta à gosto


Modo de Fazer:
  • * Aqueça o azeite e a margarina, acrescente a cebola, deixe dourar, junte o alho e frite;
  • * Acrescente o maxixe e refogue até ficar macio;
  • * Tempere com sal e pimenta, junte os ovos e mexa bem;
  • * Em seguida, junte o cheiro verde e a farinha de mandioca e mexa bem.


Rendimento: 04 porções

Tempo de preparo e cozimento: 10 minutos

Sugestão: pode enriquecer com outras hortaliças.



Pirão de maxixe

Use maxixes bem verdinhos, que são mais saborosos (veja foto no final do post). Trirurar metade dos maxixes com o caldo é o segredo pra fazer o pirão mais delicioso do mundo. Além de acrescentar sabor, o “purê” de maxixe engrossa o caldo e você vai acabar usando menos farinha (que dá conscistência mas é insípida) pra fazer o pirão. Um pouco de informação nutricional: maxixe é rico em minerais (tem quase tanto potássio quanto banana) e tem pouquíssimas calorias (100g tem apenas 14 calorias).

  • ½ kg de maxixe limpo, cortado em 4 no sentido do comprimento

  • 1 cebola picada

  • 1 pimentão verde (pequeno) picado

  • 4 dentes de alho amassados ou picados

  • 4 tomates picados

  • 1 cubo de caldo de legumes (de preferência orgânico e sem conservantes)

  • 2 pimentas de cheiro (aquela que não arde) picadinhas

  • ½ maço de coentro picado

  • 3cs de azeite

  • farinha de mandioca fina

  • sal e pimenta do reino a gosto


Se seu maxixe não tiver sido limpo pelo feirante, corte os cabinhos e raspe os “espinhos” com uma faca. Lave os maxixes inteiros, depois corte cada um em 4 ou 8, dependendo do tamanho, no sentido do comprimento. Em uma panela média, de preferência de fundo grosso, aqueça o azeite e refogue em fogo baixo a cebola e o pimentão por 5 minutos. Junte o alho e os maxixes e refogue mais 5 minutos. Acrescente os tomates picados, o caldo de legumes, as pimentas de cheiro e água sufuciente pra cobrir tudo. Cozinhe tampado até o maxixe ficar bem macio e o caldo ter reduzido um pouco. Quando o cozido tiver amornado, separe metade dos maxixes e reserve. Passe a outra metade com o caldo no liquidificador (talvez você precise fazer isso em duas vezes) até ficar cremoso e sem nenhum pedaço de legume inteiro. Transfira o creme de maxixe pra panela onde o cozido foi preparado. A parte, peneire um pouco de farinha de mandioca e jogue fora os possíveis carocinhos que encontrar. A farinha tem que ser super fina e sem nenhuma impureza. Ainda fora do fogo, polvilhe pequenas quantidades de farinha no creme de maxixe, mexendo com um batedor de arame o tempo todo. Uso essa técnica pra evitar que o pirão emboloe (fique com bolinhas de farinha crua que não se misturou ao resto). A quantidade de farinha usada vai depender do gosto de cada um. Eu gosto de pirão mole, então uso somente umas 3cs de farinha. Se você gosta de um pirão mais consistente sinta-se à vontade pra usar mais farinha, mas lembre-se que o pirão vai engrossar bastante quando for pro fogo. Depois de ter juntado toda a farinha ao creme morno, leve a panela ao fogo e cozinhe mexendo até a farinha cozinhar e o pirão engrossar um pouco (alguns minutos são suficientes). Junte o resto dos maxixes cozidos, o coentro e mexa bem. Prove o sal, junte mais um pouco se necessário, e acrescente uma pitada generosa de pimenta do reino. Desligue o fogo e sirva imediatamente. 

Rendimento: 06 porções




Maxixe com carne seca: 


Refogue alho em óleo, junte carne seca (dessalgada) em fatiada, acrescente água quente (suficiente para cobrir) e cozinhe até amaciar.
Fatie algumas cebolas e leve ao fogo baixo apenas com óleo. Cozinhe mexendo de vez em quando. A cebola perderá líquido e ficará caramelizada (cerca de 20 minutos). Um pouco de sal.
Em outra panela, salteio o maxixe fatiado em óleo, salgo e misturo à carne seca (o líquido já terá evaporado). Sirva com cebolas caramelizadas por cima (salgado da carne seca, acidulado do maxixe e adocicado da cebola).




Fica a dica:


Maxixe, contrariamente à maioria do vegetais, é mais saboroso quando verde. O maxixe da esquerda está um pouco maduro (grande e com sementes graúdas) mas ainda dá pra comer. Se o maxixe estiver amarelado e com sementes duras, ele está maduro demais e deve ser descartado. Os melhores maxixes são como o da direita: pequeno e com sementes minúsculas, a prova que o legume está bem verdinho.

Fonte: abecedariovegetal, papacapimveg, gourmandisebrasil e Embrapa

2 de mai. de 2012

A ARTE DE SER FELIZ


HOUVE um tempo em que a minha janela se abria para um chalé. Na ponta do chalé brilhava um grande ovo de louça azul. Nesse ovo costumava pousar um pombo branco. Ora, nos
dias límpidos, quando o céu ficava da mesma cor do ovo de louça, o pombo parecia pousado no ar. Eu era criança, achava essa ilusão maravilhosa e sentia-me completamente feliz.

HOUVE um tempo em que a minha janela dava para um canal. No canal oscilava um barco. Um barco carregado de flores. Para onde iam aquelas flores? Quem as comprava? Em que jarra, em que sala, diante de quem brilhariam, na sua breve existência? E que mãos as tinham criado? E que pessoas iam sorrir de alegria ao recebê-las? Eu não era mais criança, porém a minha alma ficava completamente feliz.

HOUVE um tempo em que minha janela se abria para um terreiro, onde uma vasta mangueira alargava sua copa redonda. À sombra da árvore, numa esteira, passava quase todo o dia sentada uma mulher, cercada de crianças. E contava histórias. Eu não podia ouvir, da altAura da janela; e mesmo que a ouvisse, não a entenderia, porque isso foi muito longe, num idioma difícil. Mas as crianças tinham tal expressão no rosto, a às vezes faziam com as mãos arabescos tão compreensíveis, que eu participava do auditório, imaginava os assuntos e suas peripécias e me sentia completamente feliz.

HOUVE um tempo em que a minha janela se abria sobre uma cidade que parecia feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim seco. Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre homem com um balde e em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma regra: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.

MAS, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.
Cecilia Meireles

fonte

25 de jul. de 2011

Crepúsculo – Stephenie Meyer (livro)

Saga Twilight


SM crepusculo [Suspense] Crepúsculo   Stephenie Meyer (livro)

Sinopse:

Crepúsculo poderia ser como qualquer outra história não fosse um elemento irresistível: o objeto da paixão da protagonista é um vampiro. Assim, soma-se à paixão um perigo sobrenatural temperado com muito suspense, e o resultado é uma leitura de tirar o fôlego – um romance repleto das angústias e incertezas da juventude – o arrebatamento, a atração, a ansiedade que antecede cada palavra, cada gesto, e todos os medos. Isabella Swan chega à nublada e chuvosa cidadezinha de Forks – último lugar onde gostaria de viver. Tenta se adaptar à vida provinciana na qual aparentemente todos se conhecem, lidar com sua constrangedora falta de coordenação motora e se habituar a morar com um pai com quem nunca conviveu. Em seu destino está Edward Cullen. Ele é lindo, perfeito, misterioso e, à primeira vista, hostil à presença de Bella ? o que provoca nela uma inquietação desconcertante. Ela se apaixona. Ele, no melhor estilo “amor proibido”, alerta: Sou um risco para você. Ela é uma garota incomum. Ele é um vampiro. Ela precisa aprender a controlar seu corpo quando ele a toca. Ele, a controlar sua sede pelo sangue dela. Em meio a descobertas e sobressaltos, Edward é, sim, perigoso: um perigo que qualquer mulher escolheria correr.


Crepúsculo – Stephenie Meyer (livro)


Lua Nova

20 de abr. de 2008

Deus me livre te amar!


Te amo, mas não quero Nem te ouvir e nem te olhar Por isso
Deus me livre!
Eu tenho mêdo de voltar...
Me fez sofrer demais
Mas te olhando eu fico bôbo Por isso
Deus me livre!
Te encarar você denovo...
Te amo, mas vivo A fugir desse amor
Não dá prá ficar
Cara a cara
Eu quero esquecer
Mas se vejo você
Coração dispara Por isso não quero
Te ouvir, nem te olhar
Melhor continuar Como estamos
Não posso voltar
Deus me livre te amar!
Mas eu te amo... Te amo!!!

13 de abr. de 2008


Chega de quebrar a cara com você
Já sei que continuar te amando não dá mais
No fim, a história com você é sempre a mesma
No fim, sou eu quem enfrenta as chuvas
E os temporais
Chega de dizer "Tá tudo certo, tudo bem"
Fazer de conta que esse amor me faz feliz
Eu não vou mentir pro meu coração
Eu não entro nessa onda de paixão
Enfrentar inverno crente que é verão
Eu não vou forçar a barra com você
Chega de pensar que naci pra sofrer
Sem essa de "Tô vivendo por viver"

Decidi mudar o rumo da conversa
Chega de pagar pedágio pra você
Gosto de você, mas gosto mais de mim
Sua indiferença me deixou assim
Inimigo do meu próprio coração

Vou varar as noites, ver o sol chegar
Enfrentar as ondas, vou vencer o mar
Vou bater de frente com a solidão

E assim eu vou atrás de um novo amor
Tentando te esquecer
Tirar de mim essa loucura
Que é morrer de amar você
E assim eu dou um tapa na saudade
Que tentar ficar
Tá pra nascer a mulher capaz
De me fazer chorar